A lâmpada elétrica

   Há uma série de mitos a respeito de Thomas Alva Edison, aquele que de modo geral, e talvez acertadamente, é considerado o maior inventor de todos os tempos. Muitos vêem nele uma espécie de personagem de ficção extraído do livro Huckelberry Finn, de Mark Twain, com o terno escuro e amarrotado, cabelo despenteado,aquele típico sujeito com um inofensivo ar professoral. Na realidade, Edison tinha uma obsessão, às vezes cruel, pelo trabalho; era um tipo de homem egoísta que podia ser obsceno e um tanto quanto grosseiro.
   Um outro mito foi o de que ele foi o inventor da lâmpada elétrica. Um número considerável de pessoas já havia desenvolvido lâmpadas incandescentes antes de Edison, em alguns casos até 30anos antes dele. Mas nenhuma delas funcionou adequadamente.
   Sua grande conquista foi inventar uma lâmpada que realmente funcionava,e no mundo real.
   Edison começou a se envolver com a iluminação incandescente em 1878, quando, aos 31 anos, tirou férias com George Barker, um professor universitário. Durante a viagem, Barker sugeriu a Edison, que já era reconhecido mundialmente pela invenção do fonógrafo, entre outros inventos, que seu próximo objetivo fosse introduzir a iluminação elétrica nos lares americanos.
   Edison ficou seduzido pela idéia. Quando retornou à "fábrica de invenções" que havia construído em Menlo Park, Nova Jersey, ele reuniu um grupo de especialistas e anunciou ao mundo que iria levar a iluminação aos lares americanos em seis semanas, o que se mostrou ser uma previsão exageradamente otimista.
    A lâmpada incandescente é um dispositivo simples, e a base científica por trás dela é o fenômeno da resistência elétrica. Um material submetido a uma corrente elétrica apresenta graus variados de resistência a essa corrente, o que faz com que o material se aqueça e incandesça, fornecendo luz.
   As lâmpadas incandescentes produzidas antes de Edison apresentaram uma série de problemas, sendo dois os principais. Os filamentos que eram submetidos à corrente elétrica não suportavam o calor e queimavam ou derretiam (no caso dos filamentos metálicos).
   Ao ar livre, isso ocorria em questão de segundos ou minutos; então,muitos inventores decidiram encapsular ou selar os filamentos em um globo de vidro e retiravam o oxigênio, criando um vácuo no qual o filamento poderia suportar melhor o aquecimento.
   Em sua busca pelo filamento perfeito, Edison e sua equipe testaram um grande número deles e finalmente se decidiram pela platina, que possuía uma elevada temperatura de fusão, 1.755°C. Simultâneamente, outros membros da equipe de Edison trabalhavam no desenvolvimento de métodos mais eficientes para retirar o oxigênio do globo de vidro, a fim de criar um vácuo melhor.
   A platina funcionou por 10 minutos antes de derreter. Outra desvantagem é que a platina se tratava de um metal raro e dispendioso, que a tornava pouco pratica. Edison e sua equipe testaram cerca de 1600 outros materiais, mas não conseguiram encontar nada que funcionasse bem. Edison tentou novamente com Carbono, que já havia sido descartado no ano anterior, mas agora tinham outras técnicas para fazer um melhor vácuo no interior do globo de vidro. Então fizeram o filamento a base de carbono, a equipe conseguiu introduzir o filamento no globo, o oxigenio foi retirado e a corrente elétrica foi ligada. Era tarde da noite de 21 de outubro de 1879. Os homens estavam acostumados a filamentos que se extinguiam rapidamente. Mas esse não. O filamento fornecia um brilho tênue e avermelhado - emitindo cerca de 1% da luz emitida por uma lâmpada de 100watts moderna - a lâmpada ficando cada vez mais iluminada, até o filamento quebrar. Ele havia queimado por 13 horas e meia.
    Edison, como era de esperar, não se deu por satisfeito. Ele examinou o filamento num microscópio e percebeu que o carbono de alta resistência de que ele necessitava precisava vir de materiais que fossem firmes, de estrutura fibrosa e, muito importante, que apresentassem celulose. Por fim, Edison usou um bambu importado do Japão, que queimou por 900 horas.
   Edison levou apenas três anos — um tempo fenomenalmente curto — para criar e instalar um sistema elétrico que tornasse a luz elétrica eficaz. A companhia criada por ele, a Edison Electric Light
Company, construiu uma usina de força na rua Pearl, na cidade de Nova York, passou fios pelos canos que antes levavam gás, até chegar aos primeiros a serem beneficiados pela sua invenção. A princípio, ele possuía apenas 86 assinantes. Havia sobressaltos e problemas no sistema, mas a medida que iam sendo solucionados, mais assinantes aderiam ao sistema. Na virada do século XX, havia um milhão de pessoas com luz elétrica em seus lares. Atualmente, o tungstênio ( filamento ) e o nitrogênio ( no lugar do vácuo ) compõem a lâmpada elétrica.

"Ela alterou o mundo onde as pessoas trabalhavam, brincavam, viviam e morriam... foi o tipo de invenção que remodelou a face da Terra e o modo pelo qual as pessoas encaravam as possibilidades no mundo."  
                                      
                                                             Robert Freidel, co-autor do livro Edison²s Eletric Light

 
Por Alef Assolini

Roda

   Apesar de não sabermos o momento e o local exatos da sua invenção, muitos acreditam que a roda surgiu a partir de um tronco de árvore rolante. Suspeita-se que posteriormente evoluiu para uma tora cortada transversalmente, uma roda um tanto pesada e quebradiça,mas que pelo menos podia rolar. Alguns métodos rudimentares de transporte de objetos já eram bastante comuns, como osimples trenó ou o travois, construídos a partir de duas estacas entrelaçadas uma armação, atadas a um animal ou ao viajante que arrastava, mas este método era evidentemente inferior à roda.
   O que se sabe com certeza é que as rodas mais remotas eram confeccionadas com três tábuas de madeira fixadas a um suporte entalhadas em forma de círculo. Este era um modo de se construírem rodas mais robustas do que as confeccionadas em uma única tábua, principalmente se levarmos em conta que a invenção da roda precedeu a invenção das ruas. A representação pictográfica mais antiga de uma dessas rodas é originária dos sumérios, por volta de3500 a.C, na qual se vê a roda sob um trenó.
   A mudança que tornou a roda mais leve e prática foi o raio, que surgiu por volta de 2000 a.C. em carroças da Ásia Menor. Nessa época, a roda era utilizada como meio de transporte, em charretes ou carroças produzidas para todo tipo de trabalho. A agricultura, o comércio a longa distância e a guerra precisavam de rodas.
   Muito antes que o primeiro avestruz fosse atado a uma biga de corrida, apesar de não sabermos exatamente quando, o "torno de oleiro" — uma roda onde o artesão podia confeccionar potes — tornou-se um passo importante na confecção de cerâmica. Ninguém pode assegurar quando ele foi desenvolvido, mas a primeira evidência de um torno de oleiro vem da Mesopotâmia, por volta de 3500 a.C. Um pedaço de argila, que até então tomava forma apenas pelo uso das mãos, podia agora ser "jogado" sobre uma roda em rotação e, com o auxílio das mãos e de ferramentas, combinadas à força centrífuga, permitia que uma forma simétrica fosse moldada. Essas formas incluíam tigelas, potes e os mais variados tipos de receptáculo. Muito mais do que exclusivamente decorativos,
esses vasilhames eram os únicos locais seguros para a armazenagem de produtos secos, bebidas, óleos, alimentos e grãos,entre outros usos. A cerâmica não foi apenas útil para o armazenamento de bens comerciáveis, mas ela própria se constituiu num produto, já que era comercializada dentro de determinada cultura e entre culturas distintas por intermédio de barcos e carroças.
   Na realidade, a roda, com os eixos e os raios, tornou-se a invenção que conduziu a muitas outras. Das descomunais rodas gigantesàs quase invisíveis engrenagens do relógio, a roda foi a propulsora da Revolução Industrial

Por motivo de curiosidade postei sobre a roda, porém meu trabalho é direcionado diretamente aos séculos XIX, XX, XXI.

Por Alef Assolini              

Introdução

   Este blog agrupa e organiza a definição e historia das maiores invenções, "maiores" no sentido de que essas invenções tiveram o impacto mais significativo sobre a humanidade no decorrer da Historia. Mas o que necessariamente significa "impacto"? Significa o fato de se preservar ou prolongar a vida, torna-la mais fácil ou melhor, ou alterar o modo como vivemos? A resposta é tudo isso e muito mais - ou menos-, já que se acredita que não é possível aplicar um critério para a importância de uma invenção, mas é preciso que se tenha uma visão abrangente dela.
   Também contaremos um pouco da biografia dos inventores, resumindo sua vida aos fatos mais marcantes.Acredito que os arquivos desse blog fornecerão mais do que simples informação. Há uma série de narrativas interessantes e repletas de detalhes, e nosso objetivo é fornecer ao leitor não somente informações, mas também uma experiência de leitura que seja agradável.
    Boa leitura.