O Motor à Combustão Interna



   Muitas invenções e progressos são facas de dois gumes, tanto beneficiando quanto ameaçando a humanidade. O motor de combustão interna pode ser colocado nessa categoria. Ele aumentou a poluição
e acelerou o aquecimento global. Mas, sem ele, as pessoas não teriam chances de apreciar o ar livre e as auto-estradas. Fazendeiros e trabalhadores não teriam acesso a dias de trabalho menores e mais fáceis, e a vasta disponibilidade de energia elétrica para iluminação e utilização doméstica levaria algumas décadas a mais para ser implementada.
   O motor de combustão interna foi a força motriz do progresso no século XX e ainda está a nosso serviço.    Os motores a vapor, que utilizavam água aquecida, inicialmente por lenha e posteriormente por carvão, evoluíram lentamente no decorrer do milênio. Entretanto, eles possuíam uma série de desvantagens que limitavam a sua aplicação. Os motores a vapor eram grandes e pesados. Eles não podiam ser iniciados e parados rápida e facilmente. E — e este é o ponto principal — eram perigosos, com explosões de caldeiras e queimaduras causadas pelo vapor ocorrendo com muita freqüência.
   O motor de combustão interna solucionou essas limitações. No processo da combustão interna, um pistão se move em um cilindro no qual uma mistura de ar e combustível é comprimida e submetida a uma centelha.     A explosão força o pistão a se mover, conseqüentemente gerando força mecânica. Caldeiras externas, válvulas
de segurança, longas correias e acoplamentos estavam descartados. O motor de combustão interna solucionou essas limitações. No processo da combustão interna, um pistão se move em um cilindro no qual uma mistura de ar e combustível é comprimida e submetida a uma centelha. A explosão força o pistão a se mover, conseqüentemente gerando força mecânica. Caldeiras externas, válvulas de segurança, longas correias e acoplamentos estavam descartados. Um progresso significativo foi obtido por William Barnett, no
final da década de 1830. Ele colocou em prática o princípio de compressão, proposto na primeira década do século XIX, e patenteou o motor em 1838. Outros desenvolvimentos paralelos estavam ocorrendo no mesmo período, mas sua aplicação só foi alcançada no decorrer do século XX. Em 1873, George Brayton inventou um motor de dois tempos que aplicava a pressão constante de combustível, um precursor do motor turbo. Em 1895, Rudolph Diesel começou a trabalhar num motor de "ignição por compressão" no qual o calor gerado pelo ar comprimido no cilindro queimava o combustível sem o uso de velas.
   Os anos imediatamente anteriores e posteriores à virada do século X X levaram o motor de combustão interna a uma aplicação cada vez maior, fazendo com que se equivalesse e posteriormente ultrapassasse o motor a vapor. Charles Duryea adotou o motor a gasolina em sua "carruagem sem cavalos", enquanto os irmãos Wright foram os primeiros a voar utilizando um motor leve, especialmente projetado, movido a gasolina. Fazendeiros rapidamente aposentaram suas mulas e cavalos e montaram em seus John Deere e outras marcas de tratores que surgiram. Henry Ford colocou a América sobre rodas impulsionadas por um motor de combustão interna. Foram adicionados cilindros — dois, quatro, seis, oito e mais — e vimos o surgimento de aparelhos para limitar a poluição e diminuir o consumo de combustível, mas o motor de combustão interna continua muito similar ao padrão desenvolvido por Otto na década de 1870.
   Colocamos a energia nuclear em uso em um sem-número de aplicações, como a geração de energia elétrica, mas o motor de combustão interna ainda não pôde ser substituído pela eletricidade ou (lutra fonte de energia até agora desconhecida. Para o bem ou para o Rial, ele veio para ficar. Pelo menos por enquanto.

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